Aumento do contágio nas fábricas exige licença remunerada para todos
O cumprimento de protocolos de prevenção pelas fábricas não está sendo suficiente para impedir que os metalúrgicos se contaminem
O expressivo aumento dos casos de contágio e de mortes provocadas por covid-19 na região expõe a necessidade urgente da adoção de licença remunerada para todos os trabalhadores.
O cumprimento de protocolos de prevenção pelas fábricas não está sendo suficiente para impedir que os metalúrgicos se contaminem. O Sindicato já enviou para todas as empresas a reivindicação de licença remunerada para todos.
Ao saírem de suas casas para cumprir jornada nas fábricas, os trabalhadores tornam-se alvos do coronavírus. As ruas, o transporte público ou fretado e as linhas de produção são zonas de risco e têm de ser evitadas. Mas não é isso que acontece.
Na General Motors, 325 funcionários já se contaminaram e dois morreram desde o início da pandemia. Um deles perdeu a vida nesta segunda-feira (29) (confira aqui). O principal foco de contágio ocorre na própria linha de produção, onde os trabalhadores permanecem por longos períodos em áreas fechadas e dividindo maquinários.
Ao todo, o Sindicato tem o registro de nove mortes de metalúrgicos na região. Três foram na Embraer. O último caso na fábrica aconteceu no dia 23, com a morte do projetista Douglas Ribeiro Silva.
Na Eaton, na zona sul de São José dos Campos, chegar na fábrica já é uma tarefa de risco. As aglomerações na catraca fazem parte da rotina dos trabalhadores. Frequentemente, o equipamento trava e provoca filas na entrada e saída de turnos.
Falta de transparência
A maioria das fábricas se recusa a passar informações sobre a covid-19 para a Cipa e Sindicato, que contam com os trabalhadores para terem um panorama geral das fábricas.
A Embraer não revela os números sobre contágios. O Sindicato já solicitou informações, mas a empresa é avessa à política de transparência. Mesmo assim, é possível apurar os frequentes casos de covid-19 na fábrica.
“É muito comum aparecer pessoas contaminadas na Embraer. A empresa tomou algumas medidas restritivas, que têm se mostrado insuficientes. Nos refeitórios, por exemplo, todos os dias acontecem aglomerações. O contágio é inevitável. Por isso mesmo, exigimos licença remunerada para todos”, afirma o diretor do Sindicato André Luis Gonçalves, o Alemão.
Na Ericsson, Prolind, Alestis, Delta e Sun Tech, todas em São José, os trabalhadores têm procurado o Sindicato para denunciar os casos de contágio. Na Chery, em Jacareí, foram vinte casos confirmados no período de um ano.
“Recebemos inúmeras denúncias sobre contágio nas fábricas. Mesmo sem termos acesso aos números, é possível dizer com toda segurança que os trabalhadores são diariamente submetidos a situações de risco. É uma irresponsabilidade das empresas omitir esse tipo de informação”, afirma Anderson Elias Xavier, o Costelinha, diretor do Sindicato e trabalhador da Caoa Chery.
Greve sanitária
A CSP-Conlutas defende a convocação de uma greve geral sanitária em defesa da vida, com exigência de lockdown de 30 dias em todo o país.
“Nossa reivindicação é para que todos tenham direito de ficar em casa por um mês, com garantia dos empregos e salários. Para quem está no trabalho informal ou desempregado, o governo precisa garantir um auxílio emergencial de pelo menos R$ 600. Vamos fazer uma grande mobilização para pressionar patrões e governos”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Denuncie
É muito importante que o metalúrgico denuncie as condições de trabalho que favoreçam o contágio por covid-19 dentro das fábricas. Se seu local de trabalho promove aglomerações ou não possui EPI’s contra a doença, procure um de nossos diretores ou entre em contato com o Sindicato pelo telefone (12) 3946-5315.
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