Greve histórica leva trabalhadores da MWL a garantir direitos
Paralisação dos metalúrgicos chegou a 47 dias
Com uma greve que já entrou para a história da categoria, os metalúrgicos da MWL, em Caçapava, conquistaram a garantia de pagamento de todos os direitos trabalhistas, em caso de fechamento da fábrica.
Em uma Assembleia Geral Extraordinária ocorrida na sede do Sindicato, nesta sexta-feira (6), os trabalhadores aprovaram a proposta apresentada pela empresa e decidiram suspender a greve, que chegou a 47 dias. A volta ao trabalho será na segunda-feira (9).
A MWL também se comprometeu a pagar 100% dos dias parados, com compensação. O compromisso foi assumido pela empresa e comunicado ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Nesta sexta-feira, houve uma audiência virtual de conciliação entre MWL e Sindicato e, em seguida, aconteceu a assembleia.
A empresa também se comprometeu a discutir com o Sindicato e uma comissão de trabalhadores outras questões, como regularização da alimentação e do transporte e abertura de um canal de comunicação permanente com funcionários.
“Foi uma grande vitória da categoria. Esta greve já está entre as maiores realizadas pelos metalúrgicos. Foi uma mobilização que teve importância reconhecida não apenas em nossa região. Recebemos o apoio de entidades nacionais e internacionais. Os companheiros da MWL foram verdadeiramente heroicos nesses 47 dias de luta”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Renato Almeida.
Mas a mobilização não terminou. A greve foi apenas suspensa. Caso a empresa não cumpra seu compromisso, os trabalhadores voltarão a cruzar os braços.
Histórico
A greve começou no dia 21 de setembro, contra o provável fechamento da fábrica, em razão de uma ação de despejo. A MWL deve cerca de R$ 11 milhões em aluguéis atrasados para a Mafersa, dona da área onde está a fábrica.
Organizados pelo Sindicato, os trabalhadores realizaram uma série de manifestações. Fizeram passeatas, protestos, reuniões com o prefeito e vereadores de Caçapava e até ocupação da fábrica. Além disso, o Sindicato levou o caso para a Justiça, com ação de dissídio coletivo.
“Esta greve mostra para trabalhadores de todo o país que o único caminho para manter os direitos e não cair nas armadilhas dos patrões é partir para a luta. Os metalúrgicos deram uma lição ao mostrar que temos tradição de luta e não nos rebaixamos a imposições patronais”, conclui Renato.
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