Sindicato cobra Embraer por segurança à saúde e ao emprego do trabalhador

O Sindicato dos Metalúrgicos se reuniu com a Embraer, nesta quinta-feira (23), para cobrar mais segurança aos trabalhadores diante da ameaça do novo coronavírus.  O índice de contaminação nas unidades da empresa vem aumentando e um companheiro já morreu vítima da doença.

Foi cobrado da Embraer a realização, em massa, de testes para covid-19. A exigência é testar todos os trabalhadores, e não apenas os que apresentam sintomas do vírus, já que é comum pessoas estarem infectadas e ficarem assintomáticas. A medida, além de proteger os funcionários, também garante mais segurança para seus familiares.

Também foi exigido da empresa mais uniformes, possibilitando aumentar a frequência de troca de roupa, e a notificação ao Sindicato de todos os trabalhadores afastados por suspeita de coronavírus.

Além disso, é necessária a presença de todos os cipeiros nas fábricas para que possam fiscalizar o ambiente de trabalho e atuar em defesa da saúde e segurança. Atualmente, alguns cipeiros estão em casa em licença remunerada
Segundo a Embraer, todos os funcionários em licença permanecerão em suas casas até o término do afastamento, no dia 31 de julho.

“Nós cobramos explicações sobre como vai ficar a vida desses trabalhadores depois do período de licença. Além disso, pedimos também o número de funcionários que aderiram ao PDV. Essa informação a empresa possui desde a semana passada, mas não ela não comunica aos sindicatos. Está faltando transparência nisso. Temos que nos mobilizar para garantir a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato André Luis Gonçalves, o Alemão.

Contaminação
Segundo as notificações da Embraer ao sindicato, 23 trabalhadores já se contaminaram pelo novo coronavírus. Há casos da doença nas unidades Faria Lima, Eugênio de Melo e também na Eleb. Todos foram afastados de suas funções ao apresentarem sintomas.

O aumento exponencial das contaminações segue o ritmo apresentado por São José dos Campos. Após a reabertura do comércio, a mando do prefeito Felicio Ramuth (PSDB), a cidade já soma 5.345 casos e 167 mortes.

Desde o início da pandemia, o Sindicato tem defendido o isolamento social como única forma de preservar a vida da população. Por isso, reivindica a adoção da licença remunerada a todos os trabalhadores. Atualmente, mais de um terço da população da empresa, cerca de 2.900 pessoas, está de volta à ativa.

Morte
Um companheiro da Embraer Eugênio de Melo morreu na semana passada em decorrência do coronavírus. Alexandre Alves da Silva, de 53 anos, trabalhou na empresa por 33 anos e seu último cargo era de inspetor de qualidade.