Desempregados formam fila gigantesca por vagas no Distrito Federal
Até agora, novo governo não apresentou propostas de combate ao desemprego
Milhares de desempregados formaram uma fila quilométrica para concorrer a vagas de emprego abertas por um supermercado localizado em Itapoã, região administrativa do Distrito Federal, nesta quarta-feira (9).
A cena é um retrato da situação do país e mostra o tamanho do desafio do recém-empossado presidente Jair Bolsonaro (PSL). No discurso de posse e nos demais pronunciamentos feitos até agora, ele ignorou o problema do emprego, que afeta ao menos 12 milhões de brasileiros.
O supermercado, que só deve abrir as portas em 45 dias, está oferecendo 300 vagas. Até a tarde de quarta, 15 mil pessoas haviam deixado o currículo, segundo os responsáveis pelo empreendimento. São cargos de assistente administrativo, caixa, açougueiro, padeiro, segurança, auxiliar de serviços gerais e atendente de laticínio.
Para buscar um vaga, candidatos dormiram na fila, enfrentaram o sol escaldante e o cansaço, o que mostra o desespero por uma colocação no mercado de trabalho.
Governo Bolsonaro
Infelizmente, o governo Bolsonaro não apresentou até o momento qualquer proposta efetiva para o combater o desemprego - esse que é um dos maiores dramas enfrentados pela nossa população.
Ao contrário: a plataforma apresentada durante a campanha eleitoral bolsonarista deve agravar o problema. O candidato do PSL propôs, por exemplo, a adoção da carteira de trabalho verde-amarela, com ainda menos garantias aos trabalhadores. Na lógica dele, os direitos trabalhistas são um entrave para a geração de empregos, argumento que já caiu por terra com a implementação da reforma trabalhista de Temer (MDB), em novembro de 2017: retiram inúmeros direitos e as taxas de desemprego não caíram efetivamente.
O fim do Ministério do Trabalho, consolidado na posse do novo governo, além de enfraquecer o acompanhamento e a fiscalização das irregularidades cometidas por patrões em todo o país, demonstra que o emprego não é prioridade para o novo chefe do Poder Executivo.
Se isso não bastasse, os jornais têm revelado diariamente que Bolsonaro e a sua equipe de ministros não param de bater cabeça nos mais diversos temas, como aumento do IOF, alíquota do Imposto de Renda, reforma agrária e até um decreto do Ministério da Educação, que deverá ser revogado, que permitiu a utilização de livros com erros de redação e sem referência bibliográfica na rede pública. É muito despreparo e amadorismo!
"O governo Bolsonaro assumiu fazendo muita espuma, muitas vezes levantando assuntos que não são prioritários para o povo brasileiro. A população quer emprego, salário decente e mais investimentos em saúde, educação e em tantas áreas vitais. Há ainda muita expectativa entre os brasileiros sobre o novo governo, mas, aos poucos, a ficha vai caindo", disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
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