Riqueza de oito empresários é equivalente ao dinheiro de 3,6 bilhões de pessoas juntas
Estudo da ONG Oxfam mostra crescimento da desigualdade social
Veja só o tamanho do abismo social que separa ricos e pobres: apenas oito empresários, todos eles brancos do sexo masculino, juntos acumulam a mesma riqueza que está dividida entre a metade mais pobre da população mundial (3,6 bilhões de pessoas). São cerca de 426 bilhões de dólares.
O dado é da Oxfam, uma ONG britânica de combate à pobreza, e foi divulgado neste domingo (15), por ocasião do Fórum Econômico Mundial de Davos, que reúne a elite política e empresarial de todo o mundo.
Segundo o estudo, a desigualdade social aumentou desde o último ano por conta da piora da crise econômica na China e na Índia. Para se ter uma ideia do crescimento da concentração de renda, em 2016, a Oxfam mostrava que 65 bilionários acumulavam a mesma riqueza dividida por 50% da população mundial.
Outro dado relevante: entre 1988 e 2011, a renda dos 10% mais pobres da população mundial aumentou em média três dólares por ano. Enquanto isso, a renda dos mais ricos (equivalente a 1% da população) cresceu 182 vezes, ou seja, a 11.800 dólares por ano.
A diretora-executiva da Oxfam, Winnie Byanyima, destacou ainda que "cortam-se investimentos em serviços básicos como saúde e educação enquanto grandes corporações e grandes fortunas conseguem reduzir ao mínimo sua contribuição fiscal". É a cara do Brasil.
O relatório também mostra que a desigualdade afeta mais as mulheres. Segundo a Oxfam, a igualdade salarial entre homens e mulheres deve demorar 170 anos para acontecer.
A organização propõe que os governos aumentem os impostos sobre as grandes fortunas e rendas mais altas. Também que os governos cooperem para garantir salários dignos aos trabalhadores.
“A desigualdade social é uma ferida aberta que deve ser combatida profundamente em todo o mundo. No Brasil, a população mais pobre sofre com a exploração no trabalho e com o descaso dos governos federal, estaduais e municipais. A solidariedade internacional é de grande importância na luta contra esse abismo que se forma entre pobres e ricos”, afirma o diretor do Sindicato Alex da Silva Gomes, o Cabelo.
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