Solidariedade

Ato virtual leva apoio à luta por empregos na LG, Blue Tech, Sun Tech e 3C

Participaram representantes de entidades sindicais e partidos políticos


O ato virtual em defesa dos empregos na LG, Sun Tech, Blue Tech e 3C, ocorrido na terça-feira (13), cobriu de solidariedade e apoio a luta dos trabalhadores. O evento foi organizado pelos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos e de Taubaté, mas também contou com a participação de representantes de outras categorias, centrais sindicais e de partidos políticos de esquerda. (veja ao final da página o vídeo com a íntegra do ato)

O evento destacou a mobilização unificada dos trabalhadores das quatro fábricas, já apontada como o principal movimento em defesa dos empregos em curso no país. As trabalhadoras da Blue Tech, Sun Tech e 3C estão em greve desde o dia 6 e reivindicam a preservação de todos os empregos e abertura de negociação com a LG. Já os trabalhadores da própria LG iniciaram a greve no dia 12, após rejeitarem a proposta de indenização apresentada pela empresa.

Direto do acampamento montado em frente à Sun Tech, a diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos Aline Bernardo e trabalhadora daquela fábrica fez o relato sobre a luta e a situação das companheiras.

“A gente tem uma preocupação maior. Aqui nas terceirizadas, a maioria são mulheres, são chefes de família. A gente não sabe o que vai acontecer por causa da pandemia e sabe que arrumar trabalho agora é muito difícil”. E completou: “Como as pessoas voltam a produzir sem saber como será o amanhã? As empresas querem garantir a produção, mas não garantem nada de benefícios para os trabalhadores”.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, defendeu que, além de cobrar a responsabilidade social da LG, sejam cobrados os governos para que atuem na preservação dos empregos dos trabalhadores.

“Também temos que ir para cima dos governos municipais, estadual e federal. Nós vimos a Ford anunciar seu fechamento em Taubaté, em Camaçari e Horizonte. A gente viu a Embraer demitindo no ano passado mais de 2500 pessoas, e a gente não vê nenhum posicionamento dos governos neste sentido. As empresas não podem simplesmente ficar aqui dezenas de anos lucrando, remetendo boa parte do lucro para o exterior. Depois anuncia o fechamento e os governos não fazem nada. Achamos que a luta tem que ser para cima da LG, mas também tem que ser, principalmente, para cima do governo federal. Qual era o discurso do Bolsonaro na campanha eleitoral? Ele dizia que os trabalhadores teriam que escolher entre empregos e direitos. Hoje não temos nem direitos nem empregos. Por isso temos que travar uma luta também pela estatização da LG, sob controle dos trabalhadores. Temos total condição de produzir celulares de marca nacional”, disse Weller.

Desemprego e desindustrialização
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Cláudio Batista, expôs a crise do desemprego e a desindustrialização no país. O dirigente ressalta que são mais 1.100 desempregados que se somarão a um batalhão de trabalhadores que já estão sem emprego.

“Com este cenário de desemprego e da pandemia, a gente começa a fazer uma grande luta em defesa desses trabalhadores e trabalhadoras, que já estão mobilizados. Estão de plantão, fazendo vigília para que não saia nenhum equipamento de dentro da LG. Estão resistindo, organizados e preparados para lutar pelos seus empregos e direitos. Nós estamos travando essa batalha não só na LG, mas também na Blue Tech, Sun Tech e 3C”, afirmou Cláudio.

Ele também criticou a ida da produção de monitores e notebooks da LG para Manaus (AM) e atribuiu a medida à “política nefasta” do governo Doria, que leva a perda de indústrias no estado de São Paulo.

“Nós estamos preocupados com os trabalhadores. Essa luta é em função dos empregos e nós estamos lutando firmemente para achar uma solução muito transparente e muito boa para todos os trabalhadores e trabalhadoras”.

O presidente estadual da CUT, Douglas Martins Izzo, trouxe solidariedade aos trabalhadores em luta e registrou seu repúdio à forma como as empresas estão conduzindo o problema.

“Não é dessa forma que a gente constrói uma relação, que vai se buscar caminhos para a discussão sobre a permanência dos negócios dessas empresas em nosso país. Estamos diante de um quadro onde há um processo de desindustrialização no Brasil; o país não tem uma política industrial, não tem um projeto industrial. Estamos observando a passos largos a saída de empresas do Brasil, a venda inclusive de empresas nacionais para transnacionais, para outros países, e o fechamento de várias empresas.  Há que se estabelecer o debate no Brasil sobre desenvolvimento econômico em nosso país e uma política industrial. Tem um outro problema que precisamos discutir, que é a guerra fiscal, uma guerra de isenções entre estados e cidades. As empresas se beneficiam dessas políticas e na hora que acharem por bem, que for interessante, vão embora”. E finalizou: É importante neste momento a unidade entre centrais, a unidade entre os trabalhadores para que possamos fazer a luta conjunta. Viva a luta dos trabalhadores”, concluiu Douglas.

Representando a CSP-Conlutas, o membro da Executiva Nacional Luiz Carlos Prates, o Mancha, iniciou sua apresentação cumprimentando especialmente as trabalhadoras que passaram a madrugada em frente às fábricas, neste momento histórico da categoria.

“Quando os trabalhadores da LG levantaram as mãos e entraram em greve, junto com as terceiras, mostraram uma coisa muito importante. Que uma empresa coreana não pode fazer o que faz em nosso país, fechar as portas e ficar impune. O resultado já estamos vendo. Hoje os jornais na Coreia anunciaram a greve na LG e nas fornecedoras. Mundialmente, já está se falando nisso.  O que a LG está fazendo é uma jogada de reestruturação, não porque não têm dinheiro. Eles têm bastante, mas querem se precaver e investir em outras coisas no mercado e ao mesmo tempo aproveitar que não estão em crise. E isso em plena pandemia.  Eles não estão preocupados com a vida e saúde de milhares de trabalhadores. São nossas famílias que estão ameaçadas, mas a empresa está preocupada com o lucro. É por isso que temos de fazer uma ampla campanha. É por isso que estão certos os companheiros em greve. Apesar da pandemia, somos obrigados a manter a mobilização para garantir nossos empregos.

Mancha também defendeu que o governo estatize as empresas e, reafirmou que, apesar da pandemia, é necessário lutar até vencer”.

Participações
Também participaram do ato virtual Vicentinho (deputado federal pelo PT), Teonílio Barba (deputado estadual pelo PT), Erick Pereira da Silva (dirigente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), Paulo Cayres (presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT), Altino Prazeres (coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo), Raquel de Paula (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba), Marina Sassi (PSOL), Luiz Marinho (presidente estadual do PT), Toninho Ferreira (presidente municipal do PSTU) e José Maria de Almeida (presidente nacional do PSTU). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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