Sindicato notifica Embraer sobre novos cortes e contágio da covid-19

O Sindicato dos Metalúrgicos notificou a direção da Embraer sobre novas demissões realizadas pela empresa no último período e o aumento no contágio do novo coronavírus na linha de produção.

Em documento protocolado nesta quarta-feira (13), o representante dos trabalhadores cobra informações imediatas da fábrica sobre esses fatos.

Mesmo após os 2.500 cortes feitos em setembro do ano passado e que estão sendo contestados pelo Sindicato na Justiça, a companhia não encerrou o processo de demissões. O Sindicato estima cerca de 300 novos cortes.

"Em vários setores, estamos recebendo denúncias de demissões. Mas, agora, ao contrário do ocorrido no ano passado, a Embraer está cortando aos poucos, para tentar não chamar a atenção da sociedade sobre a diminuição dos postos de trabalho em suas unidades", relatou o diretor do Sindicato Roberto Selva.

A forma "dissimulada" da empresa de fazer essas dispensas também contraria a necessidade de se buscar, junto ao Sindicato, alternativas para manutenção dos empregos, num período de agravamento da pandemia.

"Queremos que a Embraer esclareça esses pontos e coloque às claras o que tem tentado fazer por baixo dos panos. A Justiça, que está julgando as demissões que o Sindicato considera ilegais, deve ter ciência dos cortes abusivos que continuam sendo feitos pela direção da companhia", disse o diretor do Sindicato Herbert Claros. 
“Os trabalhadores precisam se mobilizar contra esta situação”, acrescentou.

Contágio
Especificamente sobre a covid-19, a entidade sindical está atenta ao aumento dos casos e exige explicações. No final do ano passado, houve um surto no setor de manutenção, com a infecção de seis trabalhadores simultaneamente. 

Houve também denúncias de áreas em que os trabalhadores são expostos a riscos, com aglomeração e ausência de ventilação natural. É o caso de funcionários de TI, que estão sendo submetidos a essa situação após hackeamento de dados da empresa.