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Fatos demonstram que Sindicato estava certo ao condenar venda da Embraer a Boeing

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Turbina do modelo 777 em chamas
Turbina do modelo 777 em chamas

Weller Gonçalves

O posicionamento firme do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos contra a venda da Embraer para a Boeing, desde o momento em que a transação foi anunciada, em 2017, foi alvo de inúmeras críticas. Governantes, parlamentares e representantes patronais se apressaram em atacar a postura da entidade. Hoje, no entanto, é preciso afirmar com todas as letras: o Sindicato estava coberto de razão.

Um novo acidente, desta vez com o modelo Boeing 777, ocupou manchetes de jornais neste final de semana. Após pane em um dos motores da aeronave, destroços foram lançados contra um bairro residencial, localizado próximo ao aeroporto de Denver, nos Estados Unidos. A ausência de vítimas fatais foi considerada um episódio de sorte.

O ocorrido levou países e companhias aéreas a vetarem voos que utilizam o 777. Este é mais um triste episódio na maior crise já enfrentada pela empresa norte-americana. 

Em 2018, dois acidentes em menos de seis meses, com aeronaves 737 Max, iniciavam um período nebuloso para a companhia, que deixou três centenas de mortos. Além disso, foram ao menos 30 mil funcionários demitidos como consequência da crise. 

Apesar de ser, claramente, um mau negócio, a venda da Embraer teve seus ferrenhos apoiadores. Defensores do discurso liberal propagandeavam a necessidade da entrega da empresa brasileira. Sem base em dados e fatos, alerdeavam que, sem o negócio com a Boeing, a Embraer estaria fadada a fechar as portas. 

O presidente Jair Bolsonaro foi um dos entusiastas da transação que representaria a ruína da indústria aeronáutica brasileira: “Sabemos da necessidade dessa fusão, até para que ela [Embraer] consiga competitividade… e não venha a se perder com o tempo”, afirmou o presidente em entrevista à revista Forbes, em janeiro de 2019.

Já com a negociação desfeita, o prefeito de São José, Felicio Ramuth (PSDB), lamentou profundamente. “Em minha opinião, é uma péssima notícia para a cidade”, escreveu o político tucano em suas redes sociais, em abril de 2020. 

No mundo real, o que se viu nos últimos dois anos foi um processo de mobilização comandado pelo Sindicato e corporificado na campanha “A Embraer é Nossa”. Tais esforços foram importantes para que a venda da Embraer encontrasse resistência e, assim, sofresse algum atraso.

Hoje, fica claro que a ação liderada pelo Sindicato - e que contou com a adesão de várias entidades, centrais sindicais e intelectuais - salvou milhares de empregos no Brasil. As já injustificadas 2.500 demissões geradas pelo fracasso do negócio, consumadas no segundo semestre do ano passado, poderiam ser muito maiores caso a Embraer estivesse sob o controle da companhia norte-americana.

O Sindicato continua defendendo que a Embraer só poderá cumprir o seu papel estratégico no desenvolvimento de tecnologia aeronáutica e na garantia da soberania nacional se voltar às mãos do estado brasileiro. 

A proposta, também tida como “loucura” por alguns, é a única forma de se garantir os empregos em território nacional e evitar a diminuição ainda mais aguda no número de postos de trabalho. Somente com a sua reestatização, a Embraer seguirá a sua trajetória de excelência, a serviço do povo brasileiro e não de acionistas que só conseguem enxergar cifrões. 

Antes que os ditos liberais se levantem novamente para tachar o Sindicato de radical, lembremos que a Embraer já recebe, ano após ano, empréstimos bilionários do poder público, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

Com a lição tirada no caso Boeing, é preciso fortalecer a luta por uma Embraer 100% estatal, sob controle dos trabalhadores.

Weller Gonçalves é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região


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