Conselho de Representantes defende “Fora Bolsonaro e Mourão” para garantir saúde e emprego aos trabalhadores
Reunião contou com a presença de 72 trabalhadores de 26 fábricas da região
O Sindicato realizou, de forma virtual, a primeira reunião do Conselho de Representantes de 2020, neste sábado (20). Os 72 participantes concordaram que a única maneira de proteger o trabalhador brasileiro da pandemia e dos efeitos da crise econômica é colocando Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão para fora da presidência.
A primeira tarefa para pôr fim à aventura genocida de Bolsonaro já está marcada para o dia 3 de julho. Ativistas, cipeiros e diretores sindicais aprovaram a participação do Sindicato em um dia nacional de protesto, junto com as centrais sindicais brasileiras, incluindo a CSP-Conlutas.
A mobilização deverá incluir atos virtuais e manifestações. O plano é organizar atividades nas portas das fábricas que estão produzindo, promover um tuitaço contra o governo e um panelaço nacional para mostrar toda indignação contra o governo Bolsonaro.
Para o presidente do PSTU, Zé Maria, somente com uma mobilização em escala nacional será possível obter mudanças. Ao abrir a reunião, ele afirmou que Bolsonaro está enfraquecido e cabe aos trabalhadores se mobilizarem em defesa da saúde e do emprego.
“É preciso avançar na construção de um grande movimento da classe trabalhadora para colocar pra fora Bolsonaro e Mourão. Esse governo assumiu um posicionamento genocida frente à pandemia e não titubeia em mandar a população ao matadouro só para garantir o lucro dos patrões”, disse Zé Maria.
Intervenções
Em seguida, foi a vez dos ativistas da base sindical comentarem a atual conjuntura política do país. Valdir dos Santos, cipeiro na Eaton, questionou a facilidade do governo em liberar recursos para salvar os bancos e grandes empresários. Segundo ele, o mesmo não ocorre quando o assunto é suprir as carências do povo.
“Antes da pandemia, o governo afirmava que não havia dinheiro para saúde e educação. Dizia-se que o país estava falido. Mas agora o governo sai distribuindo dinheiro para os grandes empresários. De onde saiu tanto dinheiro? É lamentável ver alguém tão desqualificado na presidência”, afirmou o ativista.
Em resposta aos trabalhadores, Zé Maria reafirmou a necessidade de se construir uma sociedade socialista. “Precisamos lutar por um país em que todos os recursos sejam destinados às necessidades dos trabalhadores”, concluiu.
Reestatização da Embraer
A campanha do Sindicato pela reestatização da Embraer também foi tema do Conselho de Representantes. O diretor do Sindicato Herbert Claros explicou a importância da luta para tornar a Embraer uma empresa 100% pública novamente.
Para Herbert, a atual direção da fábrica usa a estratégia de desmonte da indústria brasileira, levando cada vez mais empregos para o exterior. Isso ocorre mesmo com dinheiro público recebido desde a privatização. Um exemplo é o empréstimo de R$ 1,5 bilhão aprovado esta semana pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Herbert explicou que o valor destinado aos acionistas da empresa poderia ser utilizado para a compra de 30 mil respiradores ou o financiamento de 75 mil UTIs. “Fica claro que a prioridade do governo não é a saúde do povo, mas sim os empresários da Embraer”, afirma Herbert.
Luta nas fábricas
O Conselho de Representantes também destinou um tempo para que os trabalhadores expusessem os principais problemas e lutas travadas nas fábricas da região. As mobilizações por PLR e em defesa do emprego estiveram no centro do debate. Diversos ativistas denunciaram que as empresas estão se utilizando da pandemia para fugir das negociações.
O metalúrgico da MWL Éder Oliveira, o Batoré, que teve sua demissão anulada pela Justiça na sexta-feira (19), utilizou o espaço para agradecer a atuação do Departamento Jurídico do Sindicato. Perseguido pela direção da fábrica por sua atuação em prol dos trabalhadores, Batoré disse que a anulação de sua demissão é uma vitória de toda categoria.
Liberdade a Sebastian Romero
Os trabalhadores também aprovaram a participação do Sindicato na campanha que pede a liberdade imediata do preso político argentino Sebastián Romero. O ativista foi perseguido pelo governo de Maurício Macri, por seu envolvimento nos protestos contra a reforma da Previdência no país. Ele foi preso no Uruguai, no início do mês.
Representatividade
Com a presença de trabalhadores de 26 fábricas da região, o Conselho de Representantes foi marcado pela grande representatividade. Com isso, o Sindicato garante que grande parte da base dos metalúrgicos seja ouvida.
“Este encontro foi vitorioso. Tivemos a experiência de realizá-lo pela primeira vez de forma virtual e vimos que deu muito certo. A reunião é importante para armar nossa categoria para as lutas que virão, principalmente na conquista de PLR e contra a covid-19”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
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