Socorro de 300 milhões de dólares confirma necessidade de se reestatizar Embraer
Desde que foi privatizada, mais de R$ 100 bilhões dos cofres públicos já foram aplicados na empresa
O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou na segunda-feira (15) a aprovação de um novo empréstimo à Embraer, no valor de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão). O financiamento faz parte de um pacote de crédito que conta com a participação de bancos públicos e privados e poderá alcançar o valor de até US$ 600 milhões (R$ 3 bilhões).
Desde que foi privatizada, a Embraer já recorreu diversas vezes ao auxílio do Estado. Foram mais de R$ 100 bilhões dos cofres públicos aplicados na empresa. Este dinheiro é algo próximo a 20 vezes ao que seria pago pela Boeing para comprá-la. Só o BNDES já concedeu mais de R$ 85 bilhões.
O uso de verba pública para garantir os lucros dos acionistas da Embraer confirma aquilo que o Sindicato defende há anos: é possível e necessário reestatizar esse patrimônio nacional. O governo não pode sustentar uma empresa privada e, ao mesmo tempo, abrir mão da soberania e da preservação de empregos.
Um projeto de lei que autoriza o Governo Federal a tornar a fabricante de aviões novamente estatal já tem a adesão de 54 parlamentares, que assinam como coautores. Esse projeto faz parte da campanha “Uma Embraer para os brasileiros. Reestatização, já”, organizada pelo Sindicato.
“Com tantos recursos públicos, a Embraer tem que estar a serviço do Brasil e da população. Hoje ela atende exclusivamente aos interesses de acionistas e pode ser vendida a qualquer momento. A reestatização é o único caminho para mantê-la 100% pública”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.
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