Caso Miguel

E se fosse o filho da patroa?

Miguel morreu sob a guarda momentânea de Sari Corte Real, primeira-dama da cidade de Tamandaré (PE)


A pergunta acima, feita inicialmente pela mãe do pequeno Miguel e depois repetida pelos inúmeros protestos que se seguiram à morte do garoto, sintetiza questões que envergonham o Brasil. 

Miguel morreu sob a guarda momentânea de Sari Corte Real, primeira-dama da cidade de Tamandaré (PE) e patroa da mãe do garoto. Ela estava ocupada demais fazendo as unhas para impedir que o filho da empregada, de apenas 5 anos, pegasse o elevador sozinho.

Mirtes Renata, mãe de Miguel, é negra e trabalhadora, que, como milhares de outras em sua condição, não foi liberada pela patroa durante a pandemia. Por isso, levou seu filho ao trabalho naquele dia 2. 

As imagens da câmera de segurança do prédio de luxo mostram Sari deixando Miguel sozinho no elevador. Ele queria procurar a mãe. Naquele momento, Mirtes havia ido levar o cachorro da patroa para passear. Pela morte de Miguel, que caiu do nono andar, Sari pagou uma fiança de R$ 20 mil e foi posta em liberdade. 

O fim trágico do menino negro não foi uma exceção, num país em que a desigualdade social e o racismo andam de mãos dadas.

O tratamento dado pelos patrões a Mirtes, obrigando-a a trabalhar durante a pandemia, é o mesmo dado às domésticas em todo o país. Sem poder exercer o isolamento social, enfrentam ônibus, não têm com quem deixar seus filhos (já que as creches e escolas estão fechadas) e enfrentam supermercados para que suas patroas fiquem resguardadas em casa. 

Segundo a PNAD (Pesquisa por Amostra Domiciliar), apenas 28,4% dos trabalhadores domésticos tinham carteira assinada em 2019. Entre os que não têm registro, cerca de 74% são mulheres negras. Este número não é por acaso. Faz parte do racismo impregnado no Brasil.

Dados do IBGE mostram que dos 13,5 milhões de brasileiros vivendo em situação de extrema pobreza, 75% são negros. Este cenário leva a outro número. A cada três pessoas assassinadas no Brasil, duas são negras, segundo Boletim de Análise Político-Institucional do Ipea. Encaixa-se nessa estatística uma outra criança, João Pedro, de 14 anos, negro, morto a tiros, dentro de casa por policiais, no dia 18 de maio.

Entra em campo mais um dado estatístico: a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes superior a de um adolescente branco. 

Assim como aconteceu com Miguel e João Pedro, o norte-americano George Floyd também foi vítima de racismo ao ser morto por um policial branco. Sua morte mobilizou o mundo e levou milhares de pessoas a protestaram em diversos países – inclusive no Brasil.  

“O racismo acontece todos os dias e com a conivência dos governantes. A desigualdade entre brancos e negros, a humilhação e a exploração fazem parte do capitalismo e têm de ser fortemente combatidos em todos os seus níveis. A expressão “vidas negras importam” não pode ser apenas uma palavra de ordem. Tem de ser colocada em prática”, afirma a diretora do Sindicato Isabel Cristina Orioli.


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