Autoritário e irresponsável, Bolsonaro quer esconder números de mortos por covid-19

Incapaz de apresentar qualquer estratégia de combate ao avanço da pandemia, Jair Bolsonaro passou a omitir informações sobre a covid-19, em total desrespeito à população. O site oficial do governo sobre o novo coronavírus saiu do ar na sexta-feira (5) e, quando retornou, no sábado (6), não informava o número total de infectados nem o acumulado de mortes provocadas pela doença. 

O Ministério da Saúde também retirou do site as tabelas que mostravam a curva de ascensão da doença desde o primeiro registro e os gráficos sobre infecções e mortes em cada estado. Somente depois de ser duramente criticado por diversos setores da sociedade, o governo recuou e voltou a divulgar os números consolidados. 

Além disso, há a divulgação de números divergentes, como ocorreu neste domingo (7).  Após anunciar 1.382 novas mortes, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, voltou atrás e anunciou 525 óbitos. A manobra promove confusão e reduz ainda mais a credibilidade das informações oficiais. 

Governo deve explicações 
Em resposta à falta de transparência, a Ministério Público Federal instaurou um procedimento extrajudicial para apurar a sonegação de informações. Além disso, estabeleceu um prazo de 72 horas, a partir de sábado, para que Pazuello explique a mudança.

A omissão de informações é típica de governos autoritários, que centralizam dados e escondem a realidade para não expor sua própria incompetência. Bolsonaro chegou até mesmo a atrasar os boletins diários sobre a covid-19, com o objetivo de atrapalhar o trabalho da imprensa e, consequentemente, barrar a divulgação para a população. 

A manobra do presidente ocorre no momento em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o país como o novo epicentro da covid-19 no mundo. Até esta segunda-feira (8), o Brasil aparece como o segundo em número de casos confirmados (680 mil), atrás apenas dos Estados Unidos (1.9 milhão), e o terceiro em mortes (36 mil).

Fora Bolsonaro e Mourão
Diante do agravamento da pandemia e da escalada autoritária do governo, o Sindicato e a CSP-Conlutas reforçam a necessidade dos trabalhadores se unirem na campanha pela saída do presidente. É necessário defender a quarentena geral para todos os trabalhadores que desempenham atividades não-essenciais.

“Bolsonaro acha que pode maquiar a realidade, mesmo que isso custe a vida de milhares de brasileiros. A tentativa de esconder os casos de morte e contágio atende a interesses políticos e empresariais, estimulando de forma desumana a reabertura do comércio, mesmo que isso signifique aumentar os riscos vividos pela classe trabalhadora”, afirma o diretor do Sindicato José Dantas Sobrinho.