Patrões querem manter redução de direitos trabalhistas mesmo após pandemia
Empresários também estão de olho na isenção de impostos
Com a desculpa de salvar os empregos durante a pandemia, o governo de Jair Bolsonaro editou, em março, Medidas Provisórias (MP) que autorizam a redução de salários, atacam direitos trabalhistas e dão benefícios aos empresários. Agora, as entidades patronais já pensam em manter alguns desses ataques, mesmo após o fim da crise do coronavírus.
Entre as medidas pretendidas pelos setores industrial, do comércio e agronegócio, está o adiamento de um terço do salário a que o trabalhador tem direito quando entra em férias. Com a MP 927, ficou permitido ao empregador atrasar esse pagamento até a data de quitação do 13º salário, em dezembro.
Os patrões também esperam manter a aprovação do banco de horas em acordo individual, sem a participação dos sindicatos. Essa medida coloca os trabalhadores nas mãos das empresas, que se sentem à vontade para pressioná-los a aceitar qualquer imposição.
Menos impostos
Além de ganhar nas costas dos trabalhadores, os empresários também já estão de olho na Isenção de impostos como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o FMM (Fundo da Marinha Mercante). A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária já afirmou que defenderá o fim destas obrigações junto ao Ministério da Economia, logo após o final da pandemia.
“Esta situação vem sendo denunciada pelo Sindicato desde o início da pandemia. O governo se aproveita da situação para impor ataques. Por sua vez, os patrões pressionam para que essas mudanças se tornem leis no futuro. Este cenário aponta para o aprofundamento da desigualdade social no país”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
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