Embraer insiste na proposta de retirada de direitos, sem aumento real

Após uma nova rodada de negociação na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Embraer insiste na proposta de reduzir direitos dos trabalhadores em plena Campanha Salarial. Na reunião desta terça-feira (17), a fabricante de aeronaves ofereceu um reajuste de 3,28%, correspondente apenas à inflação de setembro de 2018 a agosto de 2019, sem o aumento real reivindicado pelos metalúrgicos.

Além disso, a Embraer propôs acabar com a estabilidade no emprego para trabalhadores acidentados e portadores de doenças ocupacionais (incluindo casos que possam ocorrer no futuro) e liberar a terceirização em todos os setores na empresa em contratos temporários ou por empreitada. As medidas vão contra as convenções coletivas da categoria e significam um aprofundamento na precarização do trabalho.

Esse conjunto de propostas foi seguido pelas demais empresas do setor aeronáutico representadas pela entidade patronal: Latecoere, em Jacareí, e Sonaca, Pesola, Alestis e Aernnova, em São José dos Campos. Considerando Embraer e esse grupo de fábricas, a soma chega a 14.500 trabalhadores.

Todas as propostas foram rejeitadas na mesa de negociação pelo Sindicato, que já vêm realizando assembleias nas fábricas do setor aeronáutico.

Mesmo tendo sido vendida para a Boeing, a Embraer continua com sua política de arrocho salarial e redução de direitos. Os metalúrgicos não recebem aumento real de salário há quatro anos. Nesta Campanha Salarial, a proposta inicial da Embraer era de congelar os salários, deixando de repor até mesmo a inflação.

“Os trabalhadores já estão no limite e não irão mais aceitar a retirada de direitos. É preciso estarmos unidos e mobilizados para enfrentar a ganância da Embraer e da Boeing, que desejam precarizar as nossas condições de trabalho”, afirma o diretor do Sindicato André Luis Gonçalves, o Alemão.