Presente!

Nota de pesar pelo falecimento do militante sindical Lúcio Bellentani

Velório acontece na Organização Campo das Oliveiras, em Jacareí


Dirigente histórico da categoria metalúrgica de São Paulo, Lúcio Bellentani morreu nesta quarta-feira (19), em Jacareí, no Vale do Paraíba (SP). O velório acontece neste momento na Organização Campo das Oliveiras (Av. Siqueira Campos, 263, Jacareí) e o sepultamento está previsto para as 16 horas.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a CSP-Conlutas expressam pesar pela sua morte e manifestam solidariedade aos familiares e amigos.

Operário ex-metalúrgico da Volkswagen, Bellentani sempre foi ativista político e sindical atuante. Em 1972, foi preso e torturado dentro na fábrica da Volkswagen de São Bernardo. Em 2014, foi fundamental para a elaboração do relatório final da Comissão Nacional da Verdade que provou a relação de empresas com a ditadura militar brasileira. A investigação do "Grupo 13 dos Trabalhadores da CNV" permitiu que uma ação fosse movida no Ministério Público culpabilizando a Volkswagen, que chegou a prender e torturar trabalhadores dentro da fábrica.

Em sua trajetória também foi diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e ex-presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) de 1993 a 1997.

Quando preso em 1972 (dentro da própria fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo), foi torturado e, depois, encaminhado ao Dops (Departamento de Ordem Política e Social) onde sofreu mais torturas.

A trágica experiência, contudo, não o impediu de seguir lutando. Sua determinação para resgatar e denunciar esse vergonhoso período da história brasileira foi fundamental para trazer à tona a colaboração ativa do empresariado, especialmente da Volkswagen, com a repressão e a tortura a serviço do regime militar.

Em 1983, em entrevista a Carmen Evangelho, do Centro de Memória Sindical, ele contou ou pouco de sua história:

“Comecei a atividade sindical desde o curso de desenho. Aqui em São Caetano, na Escola 28 de Junho. Era aquele período de 1963, tinha aquela turbulência grande, principalmente, no movimento estudantil e sindical. Eram aquelas manifestações que aconteciam de enterro de prefeito, vereador, e participávamos. Foi aí que levei as primeiras borrachas no lombo, participando dessas passeatas. Trabalhando no banco. Em Santo André, você não tinha ainda o Sindicato dos Bancários. Era sócio, me filei e participava de reuniões. Quando entrei para a oficina mecânica, não me sindicalizei, não fui para o Sindicato dos Metalúrgicos, mas participava. Ia às assembleias, participava do movimento. Comecei com a militância, não só sindical como política, mais efetiva, a partir de 1964, quando entrei na Volkswagen. A primeira coisa foi participar das assembleias do sindicato.”

Da militância sindical passou à atividade política, ingressando no PCB. Às onze da noite de 28 de julho de 1972, foi preso em sua bancada de trabalho, na fábrica da Volkswagen do Brasil:

“Eu levava marmita, não comia no refeitório da Volks. Estava lá na minha bancada de serviço comendo. O guarda chegou e me bateu no ombro, perguntou se era o Lúcio. Sou eu mesmo. Então, você me acompanha até lá embaixo na segurança. Eu sentado ali com o garfo na mão. Mas por quê? Lá embaixo você vai ter as explicações, não tente nenhuma reação. Quando viro e olho para trás, tem um cara com uma metralhadora nas minhas costas. Levantei, saí. Na hora que passo pela primeira coluna, tem outro cara, com um parabelo que não tinha nem tamanho. Fui para a sala de segurança da Volks e comecei a ser torturado, levei uns bofetões, pontapés da polícia, do pessoal do DOPS. Fui levado para lá, era uma sexta-feira. Ao chegar, foi a primeira seção de pancadaria. Pontapés, socos, tapas, palmatórias.”

Depois de ter sido preso na fábrica, Bellentani foi levado para o Dops, onde, conta, que ficou 47 dias sem que a família soubesse do paradeiro dele.

“Minha esposa foi todos os dias na Volks, ia no Departamento Pessoal, no Departamento de Segurança e eles diziam que não sabiam onde eu estava. Só quando ela ameaçou que entraria com o pedido no seguro da empresa, porque eu desapareci lá dentro, e ela já estava com necessidade, foi quando eles disseram que eu estava no Dops”, relatou. Ele lembra que ainda estava com o uniforme e a botina de trabalho quando a reencontrou.

No último dia 13 de maio, aos 75 anos, Bellentani continuava sua luta e junto com um grupo de cerca de 40 ex-funcionários da Volks foi à fábrica no ABC paulista para cobrar reparação pelos crimes da empresa durante o regime militar, e distribuiu jornais aos trabalhadores da montadora.

Recentemente, Bellentani presidia a Associação Henrich Plagge, homenagem a um ex-metalúrgico que morreu em 2017 e também foi vítima da repressão.

Lúcio Bellentani, presente!


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