Opinião

Nota do Sindicato em resposta à deputada federal Pollyana Gama

Às vésperas da Greve Geral, é necessário que a população saiba quem realmente está do lado do trabalhador



Antônio Ferreira de Barros (Macapá), presidente do Sindicato

A deputada federal Pollyana Gama (PPS) procurou justificar junto aos seus eleitores as razões por ter votado a favor do regime de urgência para a aprovação da reforma trabalhista. Em vídeo, publicado em sua rede social, ela não só defende a medida que ameaça acabar com os direitos do trabalhador, como também utiliza-se do espaço para atacar quem é contra a mudança na lei, no caso, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

Infelizmente, a parlamentar esquece que seu mandato pertence, na verdade, à população e que esta é amplamente contrária às reformas propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). Durante sua argumentação, são citadas diversas justificativas a favor das mudanças nas leis do trabalho. Na maioria dos casos, os argumentos utilizados por Pollyana são completamente equivocados.

É o caso da mentira, reproduzida por Pollyana, de que a reforma trabalhista é capaz de gerar empregos. Vários estudos já desmentiram essa afirmação. Segundo o Ministério Público do Trabalho e a Organização Internacional do Trabalho, nos países em que houve a flexibilização das leis trabalhistas as taxas de desemprego não foram alteradas. O que ocorre é a precarização dos contratos, com os trabalhadores recebendo menores salários e direitos.

Ao defender a reforma trabalhista, Pollyana concorda com a alteração de 138 artigos e dispositivos da CLT que vão tornar a vida do trabalhador muito mais difícil. Entre eles, destacam-se o fracionamento das férias, a redução no horário de almoço, o aumento da jornada de trabalho e, o mais grave de todos, os acordos coletivos passarem a valer mais do que as leis.

Tal retrocesso, significa o fim do direito trabalhista e enfraquece o poder de negociação dos trabalhadores, que agora verão seus direitos à mercê dos patrões.

Agindo por ignorância ou má fé, Pollyana também afirma que o verdadeiro motivo pelo Sindicato ser contra a reforma trabalhista é um suposto “medo” de ficar sem receber o dinheiro do Imposto Sindical. Mais uma vez, ela demonstra sua falta de familiaridade com as organizações dos trabalhadores.

Com uma simples busca na internet, a deputada saberia que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a CSP-Conlutas, entidade a qual é filiado, são contra esta cobrança. Na verdade, a cada ano, a entidade realiza um enorme operativo para devolver a quantia que recebe do imposto aos seus associados.

Em sua fala, Pollyana também insiste em argumentar que é necessário separar o joio do trigo e que a população deve ficar atenta aos interesses escondidos por trás da votação da reforma trabalhista.

Neste quesito concordamos com a parlamentar. É preciso que a população saiba que por trás das mudanças nas leis do trabalho estão os interesses dos patrões e do governo que querem empurrar a conta da crise econômica para a parcela mais pobre da população.

Também é importante que todos saibam que o Partido Popular Socialista, ao qual Pollyana é filiada, é um dos presentes na lista de organizações que receberam dinheiro sujo da corrupção. A sigla embolsou mais de R$ 1 milhão provenientes de empresas investigadas pela operação Lava Jato. O partido tem a obrigação de explicar aos eleitores a procedência desta quantia.

Nomes de peso do PPS, como o Ministro da Cultura, Roberto Freire e o deputado federal Arthur Oliveira Maia também são investigados. Ambos teriam recebido, ilegalmente, a quantia de R$ 200 mil para suas campanhas nas eleições de 2010.

Além disso, como parte da base aliada do presidente Temer, o PPS foi enquadrado pela cúpula do governo para votar a favor das reformas. Ainda sem maioria no Congresso para aprovar as medidas, Temer e sua corja têm feito de tudo para realizar a vontade dos empresários, inclusive pedindo para que deputados, como Pollyana, defendam a reforma em público.

Neste sentido, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos faz um convite a parlamentar. Se Pollyana acredita mesmo que a reforma trabalhista é boa para o trabalhador, que ela compareça às assembleias do Sindicato e defenda suas ideias nas fábricas, em frente aos trabalhadores.

No âmbito dos ataques planejados pelo governo, também é lamentável que a deputada Pollyana ainda não tenha se manifestado sobre a reforma da Previdência. É inadmissível que uma representante do povo fique calada frente a mais este duro ataque, que irá acabar com o direito à aposentadoria de milhões de brasileiros.

Seguimos reivindicando que Pollyana e os deputados federais Eduardo Cury (PSDB) e Flavinho (PSB), representantes do Vale do Paraíba no Congresso Nacional, votem contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Às vésperas de uma Greve Geral histórica no País, é importante que a população reconheça quem realmente está preocupado com os interesses dos trabalhadores. É preciso que sigamos na luta contra os ataques de Temer.

Não devemos nos deixar enganar pela classe política que dita os rumos do Brasil. Agora é a vez dos trabalhadores tomarem as rédeas da situação e nas ruas botar pra fora Temer e todos os corruptos.



 

 


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