exemplo de luta

Com mobilizações, trabalhadores franceses freiam parte da reforma da Previdência

O anúncio veio após 40 dias de greve no setor de transporte e três dias de grandes mobilizações em todo o país

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Mais de um milhão de franceses tomaram às ruas
Mais de um milhão de franceses tomaram às ruas

O movimento dos trabalhadores franceses contra as mudanças nas leis da aposentadoria conquistou sua primeira vitória no sábado (11). O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, anunciou a suspensão temporária do aumento da idade mínima de 62 para 64 anos nos cálculos para aposentadoria integral. 

O anúncio veio após 40 dias de greve no setor de transporte e três dias de grandes mobilizações em todo o país na última semana, com mais de 1 milhão de pessoas nas ruas. Os protestos colocaram ainda mais pressão sobre o desgastado governo de Emmanuel Macron. 

Apesar do avanço, a luta ainda não terminou. A reforma também prevê a fusão dos 42 regimes de aposentadoria, transformando-os em apenas um, o que levará a perda de direitos.  As principais centrais sindicais francesas, incluindo a Solidaires, central irmã da CSP-Conlutas, pediram para que a população continue protestando até a derrubada completa da reforma da Previdência.

Em comunicado emitido no sábado, as organizações dos trabalhadores exigiram a manutenção do regime atual da aposentadoria e convocaram novas mobilizações a partir da terça-feira (14). 

Repressão e autoritarismo
Novamente, a forte repressão contra os manifestantes deixou dezenas de feridos em Paris e nas principais cidades da França, no sábado. Vídeos na internet denunciam o uso da força excessiva por parte da polícia, com gás lacrimogêneo, balas de borracha e até espancamento de manifestantes.

O governo francês ainda ameaça implementar a reforma da Previdência via decreto, caso as centrais sindicais não aceitem negociar. A medida autoritária impede a votação pelo Congresso e também foi utilizada para a mudança nas leis trabalhistas nos últimos anos. 

“Mais uma vez nós vemos os franceses dando exemplo. Assim como na França, só é possível defender direitos no Brasil lutando nas ruas. A equipe de Jair Bolsonaro já prepara novos ataques e nós devemos dar a resposta em 2020”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Renato Almeida.


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