Transição

Ex-Embraer, Yaborã anuncia licença remunerada

Trabalhadores só retornam para a fábrica na segunda-feira

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Fábrica da Yaborã, na Faria Lima
Fábrica da Yaborã, na Faria Lima - Foto: Roosevelt Cássio

No dia em que voltaram das férias coletivas, nesta terça-feira (21), os trabalhadores da Embraer e da empresa de transição Yaborã foram colocados em licença remunerada.

O comunicado foi feito pela manhã, com os funcionários do primeiro turno já dentro da fábrica. Em todos os turnos, o expediente de hoje será reduzido. Os trabalhadores só retornam na segunda-feira (27).

Para justificar a licença remunerada, a Yaborã afirmou que está realizando “ajustes e testes em seu sistema”. Segundo o comunicado interno, todos os funcionários no Brasil entrarão em licença, exceto os da EDE (Embraer Divisão de Equipamentos).

A Yaborã foi criada como empresa de transição até que a venda da Embraer para a Boeing seja concretizada. Cerca de dez mil trabalhadores tiveram seus contratos transferidos, no dia 1º de janeiro, para a Yaborã.

Permanecem na Embraer apenas 3.500. Entre os 12 mil que ficavam na matriz, cerca de 2 mil estão, desde esta terça-feira, na fábrica do distrito de Eugênio de Melo e juntam-se a outros 1.500 que já estavam lá.

Embraer sem aviões
Com a criação da Yaborã, a Embraer deixa de fabricar aviões em São José dos Campos. Sua atividade, agora, concentra-se em desenvolvimento de projetos.

Os aviões executivos e militares são produzidos na cidade de Gavião Peixoto (SP) e na Flórida, Estados Unidos. Já a aviação comercial está sob o comando da Yaborã.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos vê com apreensão o anúncio de licença remunerada.

“A incerteza sobre o futuro desses trabalhadores só aumenta. Agora eles não são nem Embraer nem Boeing. A entrega para a norte-americana, se for concretizada, será o fim de 50 anos de história. O Sindicato permanece na luta contra essa transação comercial e em defesa dos empregos, seja na Embraer, na Yaborã ou na Boeing”, afirma o diretor do Sindicato André Luiz Gonçalves, o Alemão.

Sem direitos garantidos
Passados quatro meses desde a data-base da categoria metalúrgica, até agora a Embraer e a Yaborã não assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho. Esta situação deixa os trabalhadores sem garantia de direitos.

 

 

 

 


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