Um radicalizado protesto de um grupo de trabalhadores demitidos irregularmente pela GM está desafiando a cúpula da companhia na Colômbia e em sua matriz norte-americana.
O grupo está fazendo uma greve de fome desde o dia 1º de agosto e está acampado em frente à embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, capital colombiana.
Como forma de protestar, os trabalhadores costuraram seus lábios.
A manifestação é contra a postura da General Motors Colmotores de demitir trabalhadores com doenças ocupacionais (adquiridas por desempenhar o seu trabalho no interior da fábrica).
Segundo a Asotrecol, associação de trabalhadores que promove a mobilização, há mais de um ano são feitos protestos contra a arbitrariedade da GM. Mas, agora, eles resolveram radicalizar e fazer a greve de fome com as bocas costuradas.
Ainda segundo a associação, a maior incidência de doenças ocupacionais na GM colombiana são a síndrome do túnel do carpo, causado pelo repetição exaustiva de movimentos, e hérnia de disco, por conta do excesso de peso dos equipamentos e maquinários.
Na segunda-feira, dia 6, a GM chegou a se reunir com os representantes da Asotrecol, mas, sem justificativas, deixou a reunião e abandonou as negociações.
Em nota divulgadas às agências internacionais, a GM negou que coloque em risco a saúde dos seus empregados e disse que não demite trabalhadores por motivo de saúde.
A experiência dos trabalhadores colombianos, no entanto, desmentem as alegações da GM.
No Brasil, da mesma forma, a GM demitiu vários trabalhadores com doenças ocupacionais, entre o final de 2011 e começo de 2012, em São José dos Campos. A demissão arbitrária ocorreu mesmo com a garantia de estabilidade, prevista na Convenção Coletiva da categoria, que veta a dispensa de companheiros lesionados.
Na Colômbia, os trabalhadores fazem pressão também sobre o governo dos Estados Unidos, que, por meio de acordos entre os dois países, prometeu intervir na resolução dos graves problemas trabalhistas no país latino-americano.