O Brasil é um verdadeiro paraíso para as montadoras. Somente entre janeiro e setembro deste ano, a indústria automotiva enviou 2,57 bilhões de dólares às suas matrizes no exterior, ou seja, quase R$ 6 bilhões que deixaram de ser investidos no Brasil.
Dados do Banco Central mostram um crescimento de 87% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi enviado ao exterior 1,37 bilhão de dólares.
Em reportagem publicada pela imprensa, na terça-feira, dia 5, o presidente da GM, Daniel Akerson, admite que as vendas no Brasil ajudaram a empresa a bater recorde mundial no trimestre.
O aumento de recursos enviados ao exterior ocorre no mesmo momento em que o governo Dilma concede generosas isenções fiscais e desonerações às montadoras.
Somente com a redução do IPI, o governo já deixou de arrecadar mais de R$ 2 bilhões este ano.
Incentivos e demissões
Se o governo brasileiro garante os lucros das montadoras, não demonstra a mesma preocupação em relação aos trabalhadores.
Desde 2012, a empresa vem fechando postos de trabalho nas fábricas de São José dos Campos e, mais recentemente, em São Caetano, sem que o governo intervenha.
“Não podemos admitir que o governo use dinheiro público para garantir os lucros das montadoras e nem sequer garanta o emprego dos trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.